PBCS

O que é?

É uma navegação baseada na performance de comunicação e vigilância. O conceito de PBCS aplica especificações da performance de comunicação requerida (RNP) e de performance de vigilância requerida (RSP), que atribuem critérios relativos à provisão de ATS, incluídos os serviços de comunicações, a capacidade da aeronave e o explorador da aeronave.

Objetivo e tecnologias utilizadas

O PBCS fornece critérios operacionais objetivos para avaliar tecnologias de comunicação e vigilância diferentes e emergentes, destinadas à evolução das operações de gerenciamento de tráfego aéreo (ATM). Também fornece uma estrutura na qual todas as partes interessadas (reguladores, provedores de serviços de tráfego aéreo, operadoras, provedores de serviços de comunicação - CSP e fabricantes) continuem a colaborar na otimização do uso do espaço aéreo disponível enquanto identificam e mitigam os riscos à segurança.

As duas tecnologias principais são: a comunicação por enlace de dados controlador-piloto (CPDLC) e a vigilância dependente automática-contrato (ADS-C). A CPDLC permite a troca de mensagens de texto entre o controlador de tráfego aéreo e o piloto, reduzindo a carga de voz e aumentando a clareza e a precisão da comunicação. A ADS-C permite o envio automático de informações de posição e intenção da aeronave para o controlador, melhorando a consciência situacional e a coordenação.

Requisitos e vantagens

Para operar sob PBCS, as aeronaves e os operadores devem cumprir requisitos específicos de desempenho, equipamento, procedimento e autorização. Os requisitos de desempenho são definidos em termos de RCP (Required Communication Performance) e RSP (Required Surveillance Performance), que indicam o nível de confiabilidade, disponibilidade, latência e integridade da comunicação e da vigilância. Os requisitos de equipamento são definidos em termos de RNP (Required Navigation Performance), que indica o nível de precisão, integridade, continuidade e funcionalidade do sistema de navegação. Os requisitos de procedimento e autorização são definidos pelas autoridades competentes de cada espaço aéreo e operador.

O PBCS traz as seguintes vantagens para a aviação civil:

  • Permite reduzir as separações mínimas entre as aeronaves, aumentando a capacidade do espaço aéreo e otimizando as rotas;
  • Permite aumentar a flexibilidade e a adaptabilidade das operações, permitindo ajustes dinâmicos às condições meteorológicas, ao tráfego e às preferências dos usuários;
  • Permite reduzir o consumo de combustível, as emissões de poluentes e os custos operacionais, contribuindo para a sustentabilidade ambiental e econômica;
  • Permite melhorar a segurança operacional, reduzindo os erros humanos, os conflitos potenciais e os riscos de colisão.

Fase de implementação PBCS na Região de Informação de Voo Atlântico (FIR-AO)

A implementação do conceito PBCS na FIR Atlântico está planejada para ocorrer até dezembro de 2025, e tem por objetivo aumentar a capacidade do espaço aéreo oceânico sob a jurisdição brasileira e permitir a redução segura dos mínimos de separações longitudinais e laterais entre as aeronaves.

O plano de operacionalização PBCS no Brasil objetiva os seguintes resultados:

  • Mínimos de Separação Reduzida: alcançar a redução da separação longitudinal (5 minutos ou 30NM) e lateral (30NM) permitirá a ampliação da oferta de níveis mais ajustados às performances das aeronaves e uma capacidade aumentada do espaço aéreo;
  • Separação compatível com a região NAT;
  • Economia de Recursos: maior disponibilidade dos níveis ótimos, que, por sua vez, proporcionarão maior fluidez, maior economia de combustível e consequente menor impacto ambiental;
  • Segurança das Operações e conforto para passageiros: Maior flexibilidade para mudanças de nível de voo para as aeronaves que sofrem interferência da ITCZ (Zona de convergência intertropical) e áreas de turbulência; e
  • Maior automação/ alertas no ATM: maior segurança, menor carga de trabalho.
  • Corredor EUR/SAM: operação de aeronaves com diferentes performances, sem a necessidade de segregação de espaço aéreo (operação híbrida);

O Brasil espera alto grau de envolvimento no empreendimento PBCS dos operadores, da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC e da CARSAMMA. Sabe-se por agora que há pontos nevrálgicos para o empreendimento que devem ser resolvidos, como a implementação dos requisitos PBCS nos sistemas SAGITARIO e SIGMA, a garantia da performance do Data Link e a definição da política no monitoramento local e regional. Embora ainda não se saiba se a CARSAMMA será a Agência responsável pela monitoração do espaço aéreo PBCS na região, atualmente a CARSAMMA desenvolve trabalhos relacionados ao tema, com representantes integrando os seguintes grupos:

  • SAT RMAs’ Harmonization and Standardizing RMA Procedures and Methodologies Project Team, aprovado na SAT SOG 01 meeting, cuja função é apoiar os princípios da Política de Segurança da região SAT por meio dos seguintes objetivos:
    • Realizar um estudo de viabilidade que consista em uma análise detalhada do estado atual da coleta, processamento e disseminação de dados entre as três RMAs (CARSAMMA, SATMA e ARMA), incluindo todos os tipos de análise (banco de dados de aprovação RVSM, monitoramento da altura da aeronave, auditorias do espaço aéreo RVSM, análise de dados de tráfego, avaliações de segurança etc.);
    • Identificar diferenças nos processos atuais empregados pelas RMAs da REGIÃO SAT e propor soluções para harmonizar e padronizar os procedimentos quando necessário;
    • Avaliar a viabilidade da implementação de um banco de dados centralizado das RMAs da região SAT para coleta e acessibilidade de LHDs, LLDs e LLEs;
    • Adotar uma metodologia padronizada de avaliação de risco de colisão para garantir uma avaliação consistente e precisa do risco na região SAT.
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  • Grupo de Estudos sobre Planejamento do Espaço Aéreo (GEPEA), do DECEA, voltado a discutir processos de melhorias na organização e no gerenciamento do espaço aéreo brasileiro. Dentro do GEPEA, a CARSAMMA participa do SG1/GADHOC FIR-AO, onde desenvolvemos estudos relativos ao modelo de análise dos desvios laterais e longitudinais realizado pelas RMAs que monitoram os espaços aéreos onde são empregadas separações PBCS.
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